Histórico do Acordo Ortográfico

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Histórico dos Acordos Ortográficos:

Do século XVI aos nossos dias .

Enquanto a fala e a escuta se realizam por meio dos sons, a leitura e a escrita se utilizam da representação gráfica dos sons, é a essa representação que chamamos de ortografia. É importante lembrar que a língua é uma manifestação cultural que tem sua importância e o reconhecimento medidos pelo grau de abrangência e de penetração que ela tem no mundo. Porém, é necessário um meio de ordem para a escrita, pois se cada um escreve da sua própria maneira, não irá haver um modo de comunicação eficiente e de amplo entendimento. É preciso um acordo ortográfico.

Mas, nem tudo é o que parece. Mesmo existindo motivos para a realização desse acordo, tudo que ocorre na história possui uma motivação política, por isso a planificação linguistica1, que se apoia em um projeto linguistico coletivo teve um grande peso na concretização do novo acordo ortográfico. Com a questão da ortografia não foi diferente. A maior intenção é simplesmente ampliar as relações brasileiras com os outros países que tem o português como sua língua oficial.

Por dois motivos principais o acordo não se manifestou, pela imposição absoluta de unificação ortográfica e pelas divergências nas diferenças de pronúncias entre o português de Portugal e o português do Brasil. Um exemplo foram as várias tentativas de unificação nos anos de 1915 e 1931, além do de 1986, um encontro com todos os países de língua portuguesa, em que José Sarney tentou impor um processo de unificação (um acordo de divergências ortográficas, mais um desacordo do que um acordo), porém não obteve êxito. Em 2008 a Academia brasileira de letras, baseou-se nas mesmas mudanças de 1986, para definir nossa nova ortografia.

	Segundo noticiários nacionais, Portugal ainda não aceitou totalmente o acordo, 
mas no Brasil passa a vigorar a partir de 2012, na forma do Decreto-Lei 6583/1990.

	Veja abaixo o percurso histórico de nossa língua e as tentativas de planificação.

Século XVI a XX

A escrita predominante era a etimológica, que permitia facilmente descobrir o passado histórico das palavras.

Exemplo:

Pharmacia no lugar da atual farmácia, porque a origem da palavra pharmacia era phármakos (com ph), que significa veneno.

Em 1904

Um especialista chamado Gonçalves Viana publicou sua ortografia nacional, vindo a exercer grandes influências nos anos seguintes, suas obras eram a favor da expulsão do th, ph, fh e y, além das consoantes dobradas como tt e ll. Todas elas foram expulsas, só sobrou o SS e o RR.

Em 1907

A academia brasileira de letras começou a simplificar a escrita nas suas publicações.

Em 1910

Foi nomeada uma comissão para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme para ser usada oficialmente.

Em 1911

Primeiro acordo ortográfico, mas não chegou ao Brasil.

Em 1915

A Academia brasileira de letras resolve se justificar à Academia de Portugal com o projeto Silvia Ramos.

Em 1919

A academia brasileira de letras volta atrás em relação ao projeto Silvia Ramos.

Em 1929

Brasil lança um novo sistema ortográfico.

Em 1931

Brasil e Portugal aprovam o primeiro acordo ortográfico em conjunto.

Em 1934

A constituição anula a decisão (que surpresa).

Em 1945

Houve um novo acordo, em conjunto, Brasil e Portugal, porém o Brasil não aceitou, somente Portugal.

Em 1971

Alteraram-se alguns pequenos pontos de ajuste em Portugal.

Em 1973

Portugal reduziu divergências linguísticas com o Brasil.

Em 1975

As duas academias, em Portugal e no Brasil elaboraram um novo projeto de acordo, que não foi aprovado oficialmente.

Em 1986

O presidente José Sarney promove um encontro com todos os países de língua portuguesa (um acordo de divergências).

Em 1990

A academia de Lisboa convocou um novo encontro.

Em 1995

O acordo foi aprovado pelo Brasil.

Em 2008

O acordo entra em vigor com a publicação do Decreto-Lei 6583/1990 em setembro… finalmente!

1 Planificação Linguistica¹ Por visar à harmonização linguística, a planificação deverá resultar de um consenso social para que seja bem-sucedida. Normalmente, a planificação decorre de um esforço conjunto para o estabelecimento de uma política linguística nacional. Nesse sentido, nós podemos dizer que a planificação é regulamentada pelas disposições jurídicas que, em matéria de língua, acabam por se constituir em um conjunto de regras legisladoras.
 

Base I

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base I

Do Alfabeto e dos nomes próprios estrangeiros e seus derivados.

1) O alfabeto agora é formado por vinte e seis letras, cada uma delas contendo uma forma maiúscula e outra minúscula:

Exemplo:

a-A; b-B; c-C; d-D; e-E; f-F; g-G; h-H; i-I; j-J; k-K; l-L;m-M; n-N; o-O; p-P; q- Q; r-R; s-S; t-T; u-U; v-V; w-W; x-X; y-Y; z-Z

Obs: 1. Usa-se também o (cê cedilhado, e os dígrafos: –rr(erre duplo); -ss(esse duplo); -ch(cê-agá); -lh(ele-agá); -gu(guê-u); -nh(êne-agá); -qu(quê-u)

2) As letras k,-w e -y, serão usadas nos seguintes casos especiais:

a) Em nomes próprios de pessoas originadas de outras línguas e seus derivados.

Exemplo:

Franklin, frankliniano;

Kant, kantismo;

Darwin, Darwinismo.

b) Em nomes próprios de lugares originados de outras línguas e seus derivados.

Exemplo:

Kwanza, Kuwait, kuwaitiano;

Malawi, malawiano

 

c) Em siglas, símbolos e em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional.

Exemplo:

 TWA, KLM;

K-potássio (de kalium), W-oeste (West);

kg-quilograma, km-quilómetro, kW-kilowatt, yd-jarda (yard);

Watt.

3) Para ficar igual a regra anterior (regra 2), continuam no nosso vocabulário palavras que foram feitas/combinadas a partir de outras palavras, mantendo suas grafias, como:

Exemplo:

Nacionalidade de uma pessoa (Brasil – Brasileira) e com palavras como Comtista – de Comte; garrettiano – de Garrett.

4) Os dígrafos finais de origem Hebraica -ch,-ph e -th podem ser usados em formas linguísticas da tradição da bíblia como Baruch, Loth, Moloch, Ziph. Se qualquer um desses dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-se: –José, -Nazaré, em vez de -Joseph, -Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: –Judite, em vez de –Judith.

  1. As consoantes finais grafadas -b, –c, –d, –g e –t mantêm-se, quer sejam mudas, nas formas antigas em que o uso as consagrou, nomeadamente antropônimos (Nomes próprios de pessoa) e topônimos (Nomes próprios de Lugar) da tradição bíblica:

 

Exemplo:

Jacob,

Job,

Moab,

Isaac;

David,

Gad;

Gog,

Magog;

Bensabat,

Josafat

Nada impede, entretanto, que esses antropônimos sejam usados sem a consoante final:

Exemplo:

Jó,

Davi,

Jacó.

6) Recomenda-se que os topônimos (Nomes próprios de Lugar) de línguas estrangeiras se substituam, tanto quanto possível, por formas nativas do país, quando antigas e ainda vivas em português ou quando entrem, ou possam entrar, no uso corrente.

Exemplo:  

Anvers, substituído por Antuérpia;

Cherbourg, por Cherburgo;

Garonne, por Garona;

Genève, por Genebra;

Jutland, por Jutlândia;

Milano, por Milão;

München, por Munique;

Torino, por Turim;

Zürich, por Zurique.

Base II

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base II

Do H no inicial e final

1) O H inicial é usado:

a- Por Causa da origem da palavra.

Exemplos;

Haver

Hélio

Hera

Hoje

Hora

Homem

Humor

b- Por causa do uso já consagrado.

Exemplos;

Hã?

Heim?

Hum!

2) Quando uma palavra, que em sua origem possui o H, está ligada à anterior por meio de hífen.

Exemplos;

Anti-higiênico

Contra-haste

3) O H final é usado apenas em exclamações como:

Ah!

Oh!

4) O H inicial não existe;

a- Quando pela origem da palavra a letra h já era usada:

Exemplo; Erva em vez de herva então seus derivados, ervaçal, ervanário, ervoso também não possuem o H; ao contrário de herbáceo, herbanário, herboso por força da origem da palavra e por serem formas de origem culta.

b- Quando acrescenta-se prefixo e a palavra une-se a ele:

Exemplos;

Biebdomadário

Desarmonia

Desumano

Exaurir

Inábil

Lobisomem

Reabilitar

Reaver

Base III

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base III

Do som, parecido de certos grafemas consonânticos.

Dada a homofonia* existente entre certos grafemas** consonânticos, torna-se necessário diferenciar os seus empregos, que fundamentalmente se regulam pela história das palavras. É certo que a variedade das condições em que se fixam na escrita os grafemas consonânticos homófonos nem sempre permite fácil diferenciação dos casos em que se deve empregar uma letra e daqueles em que, diversamente, se deve empregar outra, ou outras, a representar o mesmo som.

  1. Diferença gráfica entre ch e x:

Exemplos:

achar, archote, bucha, capacho, capucho, chamar, chave, Chico, chiste, chorar, colchão, colchete, endecha, estrebucha, facho, ficha, flecha, frincha, gancho, inchar, macho, mancha, murchar, nicho, pachorra, pecha, pechincha, penacho, rachar, sachar, tacho;

ameixa, anexim, baixel, baixo, bexiga, bruxa, coaxar, coxia, debuxo, deixar, eixo, elixir, enxofre, faixa, feixe, madeixa, mexer, oxalá, praxe, puxar, rouxinol, vexar, xadrez, xarope, xenofobia, xerife, xícara.

  1. Diferença gráfica entre g, com valor de fricativa palatal, e j:

adágio, alfageme, Álgebra, algema, algeroz, Algés, algibebe, algibeira, álgido, almargem, Alvorge, Argel, estrangeiro, falange, ferrugem, frigir, gelosia, gengiva, gergelim, geringonça, Gibraltar, ginete, ginja, girafa, gíria, herege, relógio, sege, Tânger, virgem;

adjetivo, ajeitar, ajeru (nome de planta indiana e de uma espécie de papagaio), canjerê, canjica, enjeitar, granjear, hoje, intrujice, jecoral, jejum, jeira, jeito, Jeová, jenipapo, jequiri, jequitibá, Jeremias, Jericó, jerimum, Jerónimo, Jesus, jiboia, jiquipanga, jiquiró, jiquitaia, jirau, jiriti, jitirana, laranjeira, lojista, majestade, majestoso, manjerico, manjerona, mucujê, pajé, pegajento, rejeitar, sujeito, trejeito.

  1. Diferença gráfica entre as letras s, ss, c, ç e x, que representam sibilantes surdas:

ânsia, ascensão, aspersão, cansar, conversão, esconso, farsa, ganso, imenso, mansão, mansarda, manso, pretensão, remanso, seara, seda, Seia, Sertã, Sernancelhe, serralheiro, Singapura, Sintra, sisa, tarso, terso, valsa;

abadessa, acossar, amassar, arremessar, Asseiceira, asseio, atravessar, benesse, Cassilda, codesso (identicamente Codessal ou Codassal, Codesseda, Codessoso, etc.), crasso, devassar, dossel, egresso, endossar, escasso, fosso, gesso, molosso, mossa, obsessão, pêssego, possesso, remessa, sossegar;

acém, acervo, alicerce, cebola, cereal, Cernache, cetim, Cinfães, Escócia, Macedo, obcecar, percevejo;

açafate, açorda, açúcar, almaço, atenção, berço, Buçaco, caçange, caçula, caraça, dançar, Eça, enguiço, Gonçalves, inserção, linguiça, maçada, Mação, maçar, Moçambique, Monção, muçulmano, murça, negaça, pança, peça, quiçaba, quiçaça, quiçama, quiçamba, Seiça (grafia que pretere as erróneas/errôneas Ceiça e Ceissa), Seiçal, Suíça, terço;

auxílio, Maximiliano, Maximino, máximo, próximo, sintaxe.

  1. Distinção gráfica entre s de fim de sílaba (inicial ou interior) e x e z com idêntico valor fónico/fônico:

adestrar, Calisto, escusar, esdrúxulo, esgotar, esplanada, esplêndido, espontâneo, espremer, esquisito, estender, Estremadura, Estremoz, inesgotável;

extensão, explicar, extraordinário, inextricável, inexperto, sextante, têxtil;

capazmente, infelizmente, velozmente.

De acordo com esta distinção convém notar dois casos:

a) Em final de sílaba que não seja final de palavra, o x = s muda para s sempre que está precedido de i ou u: justapor, justalinear, misto, sistino (cf. Capela Sistina), Sisto, em vez de juxtapor, juxtalinear, mixto, sixtina, Sixto;

b) Só nos advérbios finalizados em -mente se admite z, com valor idêntico ao de s, em final de sílaba seguida de outra consoante (cf. capazmente, etc.); de contrário, o s se escreve em lugar do z: Biscaia, e não Bizcaia;

  1. Distinção gráfica entre s final de palavra e x e z com idêntico valor fónico/fônico

aguarrás, aliás, anis, após, atrás, através, Avis, Brás, Dinis, Garcês, gás, Gerês, Inês, íris, Jesus, jus, lápis, Luís, país, português, Queirós, quis, retrós, revés, Tomás, Valdês;

cálix, Félix, Fénix, flux;

assaz, arroz, avestruz, dez, diz, fez (substantivo e forma do verbo fazer), fiz, Forjaz, Galaaz, giz, jaez, matiz, petiz, Queluz, Romariz, [Arcos de] Valdevez, Vaz.

A propósito, deve observar-se que é inadmissível z final equivalente a s em palavra não oxítona: Cádis, e não Cádiz.

  1. Distinção gráfica entre as letras interiores s, x e z, que representam sibilantes sonoras:

aceso, analisar, anestesia, artesão, asa, asilo, Baltasar, besouro, besuntar, blusa, brasa, brasão, Brasil, brisa, [Marco de] Canaveses, coliseu, defesa, duquesa, Elisa, empresa, Ermesinde, Esposende, frenesi ou frenesim, frisar, guisa, improviso, jusante, liso, lousa, Lousã, Luso (nome de lugar, homónimo/homônimo*** de Luso, nome mitológico), Matosinhos, Meneses, Narciso, Nisa, obséquio, ousar, pesquisa, portuguesa, presa, raso, represa, Resende, sacerdotisa, Sesimbra, Sousa, surpresa, tisana, transe, trânsito, vaso;

exalar, exemplo, exibir, exorbitar, exuberante, inexato, inexorável;

abalizado, alfazema, Arcozelo, autorizar, azar, azedo, azo, azorrague, baliza, bazar, beleza, buzina, búzio, comezinho, deslizar, deslize, Ezequiel, fuzileiro, Galiza, guizo, helenizar, lambuzar, lezíria, Mouzinho, proeza, sazão, urze, vazar, Veneza, Vizela, Vouzela.

* literalmente significa “vozes semelhantes”, isto é, sons iguais.

** Uma unidade mínima distintiva no contexto de um sistema de escrita. Por exemplo, ‹p› e ‹d› são grafemas distintos no sistema de escrita português porque existem palavras distintas como todo e topo

*** Nome que se dá a uma palavra cuja grafia (forma de escrever) e pronunciação é igual a de outra palavra, tendo, no entanto, significado diferente

Base IV

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa
BASE IV

Das sequências das consoantes

1)  O c, com som de k antes de ç, t e p, o p antes de c (com som de s) e ç, podem ser conservados ou não.

Dessa forma:

a) Devem permanecer nos casos em que aparecem nas pronúncias cultas da língua.

 

Exemplos:

compacto

convicção

convicto

ficção

friccionar

pacto

pictural

adepto

apto

díptico

erupção

eucalipto

inepto

núpcias

rapto

b) Não permanecem nos casos em que são mudos nas pronúncias cultas da língua.

Exemplos: 

Ação e não acção,

Batizar e não baptizar

Afetivo e não afectivo

Exato e não exacto

Egito e não Egipto

c)Podem permanecer ou não, quando aparecem numa pronúncia culta, ou então quando variam entre uma pronúncia longa de um som e o emudecimento*.

Exemplos:

aspecto e aspeto

cacto e cato caracteres e carateres concepção e conceição ceptro e cetro

d) Quando, nas sequências interiores  mpc, mpç  e  mpt, se retirar o  p  de acordo com as regras anteriores, o  m  passa a  n.

Exemplos:

assumpcionista e assuncionista assumpção e assunção assumptível e assuntível permptório e perentório sumptuoso e suntuoso sumptuosidade e suntuosidade

 

2) Podem ser eliminados ou não, quando aparecem numa pronúncia culta ou então quando variam entre uma pronúncia longa de um som e o emudecimento.

Exemplos:

O  b  da sequência  bd, em  súbdito e outros.

O  b  da sequência  bt,  em  subtil  e outros. 

O g  da sequência  gd,  em  amígdala e outros.

O  m  da sequência  mn,  em omnisciente e outros.

O  t  da sequência  tm,  em aritmética  e  aritmético.

___________________

*Emudecimento: tornar mudo.

 

Base V

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base V

Das vogais átonas*

1) O emprego do E e do I, assim como o do O e do U em sílaba átona regula-se juntamente com a origem e por particularidades da história das palavras.

a) Com E e I.

Exemplos:

Ameaça

Antecipar

Arrepiar

Balnear

Campeão

Cardial

Ceará

Enseada

Nomear

Real

Semelhante

b) Com O e U:

Exemplos:

Abolir

Assolar

Borboleta

Cobiça

Costume

Engolir

Epistola

Mágoa

Névoa

2) Sendo muito variadas as condições da origem da palavra e do seu histórico fonético, em que se fixam graficamente E e I ou O e U em sílaba átona, fica claro que só a consulta dos vocabulários ou dicionários podem indicar se deve empregar E ou I se O ou U mas, Há casos em que o meio dessas vogais pode ser facilmente sintetizado. È importante observar o seguinte:

a) Escreven-se com -e, e não com i , antes da sílaba tônica** os substantivos terminados em

– eio e – eia, ou com que com eles estejam em relação direta.

b) Escrevem-se igualmente com – e , antes de vogal ou ditongo*** da sílaba tônica, os que vem de palavras que terminam em e acentuado ( o qual se pode representear um artigo em hiato** : ea ee)

c) Escrevem-se com i, e não com e, antes da silaba tônica, os adjetivos e substantivos derivados em que entrem os sufixos** mistos de formação vernácula**** -iano e -iense os quais são o resultado da combinação dos sufixos -ano e -ense com um i que vem de locais variados.

d) Ficam iguais com os finais –io e –ia (átonas) em vez de –eo e –ea, os substantivos que formam variações, conseguidas por aumento de outros substantivos terminados com vogal.

Exemplos:

Hástia, de haste

Réstia, do antigo reste

Véstia, de veste

Cúmio, (popular de cume)

e) Os verbos em -iar, seja pela formação, seja pela conjugação e formação ao mesmo tempo se diferenciam dos verbos em -ear praticamente, grande número de vezes. Estão no primeiro caso todos os verbos que se prendem em substantivos em -eia ou -eio.

Regulam-se:

Aldear, por aldeia

Pear, por peia

Cear, por ceia

Alhear, por alheio

Estão no segundo caso todos os verbos que tem flexões rizotônicas (o acento tônico cai na sílaba do radical) em -eio, -eias, etc.

Exemplos:

Clarear

Delinear

Devanear

Nomear

Semear

Porém existem verbos em -iar, ligados a substantivos com as terminações átonas -ia ou -io, que permitem mudanças na conjugação.

Exemplos:

Negoceio ou negocio

Premeio ou premio

f) Não é permitido colocar o U no final átono***** em palavras que vem do latim

Exemplos:

Moto, e não mótu

Tribo, e não tribu

g) Os verbos em -oar são diferentes dos verbos -uar pela sua conjugação nas formas em que o acento tônico cai na sílaba do radical, que tem sempre o na sílaba acentuada:

Exemplos:

Abençoar com o, como abençoo, abençoas, etc.

Destoar, com o, como destoo, destoas, etc.

Acentuar, com u, como acentuo, acentuas, etc

* Vogais átonas: É uma vogal onde não existe qualquer acento, nem prosódico, nem tônico.

** Diz-se da sílaba que soa mais forte na palavra. 

*** Ditongo: Nome que se dá à combinação de uma vogal com uma semivogal, emitidos num só esforço de voz.

**** Vernácula: Nome que se dá à língua nativa de um país ou de uma localidade
 

***** Átono: pronomes sem acentos Tônicos.
 

Base VI

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base VI

Das vogais com sons de am (vogais nasais)

Na representação das vogais com som de am devem observar-se as seguintes normas:

1) Quando uma vogal com som de am acontece no fim de palavra, ou no fim de alguma palavra seguida de hífen, retrata-se esse som com o til, se essa vogal é de som a; por m, se possui qualquer outro som e termina a palavra; e por n, se é de som diverso de a e está sucedida de s,

Exemplo:

afã,

grã,

Grã-Bretanha,

,

órfã,

sã-brasileiro (forma diferente de falar de cada região do país, o mesmo que são-brasense = de S. Brás de Alportel);

clarim,

tom,

vacum,

flautins,

smitons,

zunzuns.

2) As palavras terminadas em ã passam esta representação do a nasal (com som de am) aos advérbios em mente que deles se formem, assim como a procedentes em que entrem sufixos iniciados por z:

Exemplo:

cristãmente,

irmãmente,

sãmente,

lãzudo,

maçãzita,

manhãzinha,

romãzeira.

Base VII

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base VII
Dos ditongos

 

1) Define os ditongos orais, tônicos ou átonos, distribuídos por dois grupos gráficos principais, de modo que o segundo elemento do ditongo é expressado por i ou u:

ai, ei, éi, ui;

au, eu, éu, iu, ou

Exemplos:

braçais,

caixote,

deveis,

eirado,

farnéis (mas farneizinhos),

goivo,

goivar,

lençóis (mas lençoizinhos),

tafuis,

uivar;

cacau,

cacaueiro,

deu,

endeusar,

ilhéu (mas ilheuzito),

mediu,

passou.

Obs.: Com excessão à parte destes dois grupos, os ditongos grafados ae (âi ou ai) e ao (âu ou au): o primeiro grupo representado nos antropônimos (estudados pela antroponímia, divisão que analisa os nomes próprios de pessoas, explicando sua origem, evolução e variação em função de local, época e costumes); O segundo, representado nas combinações da preposição a com as formas masculinas do artigo ou pronome demonstrativo o, ou seja, ao e aos.

2) São determinados as seguintes normas quanto aos ditongos orais :

 

a) É o ditongo grafado ui, e não a sequência vocálica grafada ue, que se emprega nas formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indicativo e igualmente na da 2.ª pessoa do singular do imperativo dos verbos em -uir.

Exemplos:

constituis,

influi,

retribui.

b) Harmonizam-se, portanto, essas formas com todos os casos de ditongo grafado ui de sílaba final ou fim de palavra (azuis, fui, Guardafui, Rui, etc.); e ficam assim em paralelo gráfico-fonético com as formas de 2.ª e 3.ª pessoas do singular do presente do indicativo e de 2.ª pessoa do singular do imperativo dos verbos em -air e em -oer.

Exemplos:

atrais,

cai,

sai;

móis;

remói.

É o ditongo grafado ui que representa, sempre, em palavras de origem latina, a união de um u a um i átono seguinte. Não divergem, portanto, formas como fluido de formas como gratuito. E isso não impede que nos derivados de formas daquele tipo as vogais grafadas u e i se separem: fluídico, fluidez (u-i);

c) Além dos ditongos orais propriamente ditos, os quais são todos decrescentes, admite-se, como é sabido, a existência de ditongos crescentes. Podem considerar-se no número deles as sequências vocálicas pós-tônicas, tais as que se representam graficamente por ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, ue, uo.

Exemplos:

áurea,

áureo,

calúnia,

espécie,

exímio,

mágoa,

míngua,

ténue/tênue,

tríduo.

3) Os ditongos nasais, que na sua maioria tanto podem ser tônicos como átonos, pertencem graficamente a dois tipos fundamentais: ditongos representados por vogal com til e semivogal; ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m.

 

Eis a indicação de uns e outros:

a) Os ditongos representados por vogal com til e semivogal são quatro, considerando-se apenas a língua padrão contemporânea: ãe (usado em vocábulos oxítonos e derivados), ãi (usado em vocábulos anoxítonos e derivados), ão e õe. Exemplos:

Exemplos:

cães, Guimarães, mãe, mãezinha;

cãibas, cãibeiro, cãibra, zãibo;

mão, mãozinha, não, quão, sótão, sotãozinho, tão;

Camões, orações, oraçõezinhas, põe, repões.

 

Ao lado de tais ditongos pode, por exemplo, colocar-se o ditongo ui, mas este, embora se exemplifique numa forma popular como rui = ruim, representa-se sem o til nas formas muito e mui, por obediência à tradição;

b) Os ditongos representados por uma vogal seguida da consoante nasal m são dois: am e em.

Divergem, porém, nos seus empregos:

i) am (sempre átono) só se emprega em flexões verbais:

Exemplos:

amam, deviam, escreveram, puseram;

ii) em (tônico, ou átono) emprega-se em palavras de categorias morfológicas (Morfologia é o estudo das palavras) diversas, incluindo flexões verbais, e pode apresentar modificações na grafia determinadas pela posição, pela acentuação ou, simultaneamente, pela posição e pela acentuação:

Exemplos:

bem, Bembom, Bemposta, cem, devem, nem, quem, sem, tem, virgem;

Bencanta, Benfeito, Benfica, benquisto, bens, enfim, enquanto, homenzarrão, homenzinho, nuvenzinha, tens, virgens, amém (variação de ámen), armazém, convém, mantém, ninguém, porém, Santarém, também;

convêm, mantêm, têm (3.as pessoas do plural);

armazéns, desdéns, convéns, reténs, Belenzada, vintenzinho.

Base VIII

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

BASE VIII

 Da acentuação gráfica das palavras oxítonas* 

1) Acentuam-se com o acento agudo na última sílaba: 

a) As palavras terminadas em -a, -e, -o, vogais tônicas abertas, isto é, pronunciada com o som forte e de boca bem aberta, seguidas ou não de -s. 

Exemplos:

está

estás 

 

olá 

até 

 

olé 

pontapé 

avó

 

b) Os verbos em que a última sílaba tem a vogal -a, pronunciada com o som forte e de boca bem aberta, em que existe a perda do -r, do -s e do -z final (como em dar, dás, faz), seguidos de pronomes átonos**.

Exemplos: 

adorá-lo (adorar + lo)

dá-lo (dar + los) 

dá-las (dás [tu] + las) 

fá-lo (faz + lo)

C) As palavras que terminam em -em e seu plural.  

Exemplos:

acém

acéns 

harém 

haréns

porém 

poréns 

Exceção: Terceira pessoa do plural do presente do indicativo dos verbos ter e vir e seus compostos. Exemplos: têm, retêm, vêm, revêm. Nesse caso, recebem acento circunflexo.

d) As palavras terminadas em -éi, -éu e -ói, consideradas ditongos abertos***, isto é, pronunciados com som forte e de boca aberta, terminando ou não em -s

 Exemplos: 

anéis

 Céu 

céus 

chapéu 

corrói 

corróis 

herói 

sóis

 papéis 

2) Acentuam-se com o acento circunflexo na última sílaba: 

a) As palavras terminadas em -e e -o, vogais tônicas fechadas, isto é, pronunciadas de boca quase fechada, seguidas ou não de -s.

Exemplos:

 Cortês 

pequenês 

robustês 

avô 

platô 

robô

b) Os verbos em que a última sílaba tem a vogal -e e -o, vogais tônicas fechadas, pronunciadas com o som forte, mas de boca quase fechada, em que existe a perda do -r, do -s e do -z final (como em deter, vês, fez), seguidos de pronomes átonos. 

Exemplos: 

detê-lo (deter + lo)

compô-lo (compor + lo) 

fê-lo (fez + lo) 

vê-la (vês + la ou ver + la)

* Oxítonas: palavras em que a sílaba tônica, ou seja, a sílaba forte, é a última. Nos casos acima, essas sílabas serão acentuadas. 
** Pronomes átonos: pronomes que podem se ligar a verbos, de pronúncia átona, ou seja, não soam forte, nesse caso, variantes de o, a e os, as
*** Ditongos abertos: um dos tipos de encontro vocálico, que se dá entre vogal e semivogal, em que a vogal é pronunciada forte e de boca bem aberta. Consulte as gramáticas para saber mais sobre os ditongos. 

Base X

Autor: Yasmim  //  Categoria: Língua Portuguesa

 

Base X

Da acentuação das vogais tônicas grafadas i e u das palavras oxítonas e paroxítonas.

  1. As vogais i e u das palavras oxítonas e paroxítonas são acentuadas, se forem hiatos, se estiverem sozinhos na sílaba e se não forem precedidas de ditongo:

Exemplos:

Ciúmes
Egoísmo
Faísca
Faúlha

  1. As vogais i e u não levam acento quando não se separarem da consoante seguinte:

Exemplos:

Bainha
Moinha
Rainha

  1. Nos verbos terminados em ir e acompanhados de pronome, a vogal i será acentuada:

Exemplos:

Atraí-las
Possuí-las

  1. Nas paroxítonas, as vogais tônicas i e u precedidas de ditongo não são acentuadas:

Exemplos:

Baiuca
Boiuno

  1. As vogais tônicas i e u levam acento ao serem precedidas de ditongo, quando pertencerem às palavras oxítonas e quando estiverem em posição final ou seguidas de s:

Exemplos:

Piauí
Teiú
Teiús
Tuiuiú

  1. Os ditongos tônicos iu e ui não são acentuados quando precedidos de vogal:

Exemplos:

Distraiu
Instruiu

  1. A vogal tônica u não é acentuada nas sequências verbais gue, gui, que, qui nas formas rizotônicas*:

Exemplos:

Arguo (pronúncia: ár.guo)

Arguis (pronúncia: ár.guis)

Argui (pronúncia: ár.gui)

* Rizotônicas: Forma verbal em que a sílaba tônica recai sobre o radical. Ao invés, arrizotônica são as formas verbais em que a sílaba tônica recai fora do radical, nas desinências verbais (as flexões do verbo).