Histórico do Acordo Ortográfico

Author: Yasmim  //  Category: Língua Portuguesa

 

Histórico dos Acordos Ortográficos:

Do século XVI aos nossos dias .

Enquanto a fala e a escuta se realizam por meio dos sons, a leitura e a escrita se utilizam da representação gráfica dos sons, é a essa representação que chamamos de ortografia. É importante lembrar que a língua é uma manifestação cultural que tem sua importância e o reconhecimento medidos pelo grau de abrangência e de penetração que ela tem no mundo. Porém, é necessário um meio de ordem para a escrita, pois se cada um escreve da sua própria maneira, não irá haver um modo de comunicação eficiente e de amplo entendimento. É preciso um acordo ortográfico.

Mas, nem tudo é o que parece. Mesmo existindo motivos para a realização desse acordo, tudo que ocorre na história possui uma motivação política, por isso a planificação linguistica1, que se apoia em um projeto linguistico coletivo teve um grande peso na concretização do novo acordo ortográfico. Com a questão da ortografia não foi diferente. A maior intenção é simplesmente ampliar as relações brasileiras com os outros países que tem o português como sua língua oficial.

Por dois motivos principais o acordo não se manifestou, pela imposição absoluta de unificação ortográfica e pelas divergências nas diferenças de pronúncias entre o português de Portugal e o português do Brasil. Um exemplo foram as várias tentativas de unificação nos anos de 1915 e 1931, além do de 1986, um encontro com todos os países de língua portuguesa, em que José Sarney tentou impor um processo de unificação (um acordo de divergências ortográficas, mais um desacordo do que um acordo), porém não obteve êxito. Em 2008 a Academia brasileira de letras, baseou-se nas mesmas mudanças de 1986, para definir nossa nova ortografia.

	Segundo noticiários nacionais, Portugal ainda não aceitou totalmente o acordo, 
mas no Brasil passa a vigorar a partir de 2012, na forma do Decreto-Lei 6583/1990.

	Veja abaixo o percurso histórico de nossa língua e as tentativas de planificação.

Século XVI a XX

A escrita predominante era a etimológica, que permitia facilmente descobrir o passado histórico das palavras.

Exemplo:

Pharmacia no lugar da atual farmácia, porque a origem da palavra pharmacia era phármakos (com ph), que significa veneno.

Em 1904

Um especialista chamado Gonçalves Viana publicou sua ortografia nacional, vindo a exercer grandes influências nos anos seguintes, suas obras eram a favor da expulsão do th, ph, fh e y, além das consoantes dobradas como tt e ll. Todas elas foram expulsas, só sobrou o SS e o RR.

Em 1907

A academia brasileira de letras começou a simplificar a escrita nas suas publicações.

Em 1910

Foi nomeada uma comissão para estabelecer uma ortografia simplificada e uniforme para ser usada oficialmente.

Em 1911

Primeiro acordo ortográfico, mas não chegou ao Brasil.

Em 1915

A Academia brasileira de letras resolve se justificar à Academia de Portugal com o projeto Silvia Ramos.

Em 1919

A academia brasileira de letras volta atrás em relação ao projeto Silvia Ramos.

Em 1929

Brasil lança um novo sistema ortográfico.

Em 1931

Brasil e Portugal aprovam o primeiro acordo ortográfico em conjunto.

Em 1934

A constituição anula a decisão (que surpresa).

Em 1945

Houve um novo acordo, em conjunto, Brasil e Portugal, porém o Brasil não aceitou, somente Portugal.

Em 1971

Alteraram-se alguns pequenos pontos de ajuste em Portugal.

Em 1973

Portugal reduziu divergências linguísticas com o Brasil.

Em 1975

As duas academias, em Portugal e no Brasil elaboraram um novo projeto de acordo, que não foi aprovado oficialmente.

Em 1986

O presidente José Sarney promove um encontro com todos os países de língua portuguesa (um acordo de divergências).

Em 1990

A academia de Lisboa convocou um novo encontro.

Em 1995

O acordo foi aprovado pelo Brasil.

Em 2008

O acordo entra em vigor com a publicação do Decreto-Lei 6583/1990 em setembro… finalmente!

1 Planificação Linguistica¹ Por visar à harmonização linguística, a planificação deverá resultar de um consenso social para que seja bem-sucedida. Normalmente, a planificação decorre de um esforço conjunto para o estabelecimento de uma política linguística nacional. Nesse sentido, nós podemos dizer que a planificação é regulamentada pelas disposições jurídicas que, em matéria de língua, acabam por se constituir em um conjunto de regras legisladoras.
 

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